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Suzano inicia operação comercial de termelétrica que impulsiona a matriz energética nacional

Foto: reprodução/Suzano
Rogério Potinatti
6/2/2025
às
8:15

A Usina Termelétrica (UTE) da Suzano, instalada em Ribas do Rio Pardo (MS), iniciou oficialmente sua operação comercial nesta semana. Integrando a maior unidade de produção de celulose em linha única do mundo, a usina utiliza o licor negro como principal fonte de energia. Esse subproduto da indústria de papel e celulose é uma biomassa de alto poder calorífico, permitindo a geração sustentável de eletricidade.

Com a autorização concedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) na quarta-feira (29 de janeiro), a unidade, composta por três geradores, passa a integrar o Sistema Interligado Nacional (SIN), adicionando 384 megawatts (MW) à matriz elétrica do país. A energia produzida, em teoria, poderia abastecer todas as residências do Mato Grosso do Sul por seis meses, mas é majoritariamente destinada ao funcionamento da própria indústria.

A usina foi contratada via Leilão A-4, realizado em 2022, e reforça os esforços para diversificar a matriz elétrica do Brasil. Além de ser autossuficiente, a unidade gera um excedente de cerca de 180 MW, volume suficiente para abastecer uma região com mais de dois milhões de habitantes ou duas cidades do porte de Campo Grande. Esse excedente também atenderá fornecedores ligados à operação da fábrica.

A usina da Suzano em Ribas do Rio Pardo passa a ser a segunda maior geradora de energia a partir de biomassa no Brasil, ficando atrás apenas da unidade de Lençóis Paulista (SP), que opera com 409,3 MW. No estado de Mato Grosso do Sul, a unidade se torna a segunda maior geradora de energia elétrica, superada apenas pela termelétrica da Petrobras em Três Lagoas, movida a combustível fóssil.

O papel do licor negro na geração de energia

Subproduto do processo Kraft, o licor negro é um resíduo altamente energético resultante do cozimento da madeira para a produção de celulose. Após ser concentrado, ele é queimado em caldeiras de recuperação, produzindo vapor para gerar eletricidade. Atualmente, 22 empreendimentos no Brasil utilizam essa biomassa, com capacidade total de 3,3 gigawatts (GW) outorgados.

Cenário energético em Mato Grosso do Sul

O estado conta com 3.026 empreendimentos de geração de energia, o segundo maior número do país. Entretanto, sua capacidade outorgada é de 6.800 MW, o que representa apenas 1,58% da potência total do Brasil, colocando Mato Grosso do Sul entre os dez estados com menor participação na geração nacional.

Com o avanço de projetos baseados em biomassa, o estado reforça sua contribuição para a diversificação da matriz elétrica brasileira, que ainda tem predominância da energia hídrica (55%) e apenas 8,76% advindos de biomassa. O investimento em soluções sustentáveis, como a UTE Suzano, posiciona Mato Grosso do Sul como um polo emergente na geração de energia limpa no país.