Três Lagoas conquistou um novo título para somar à sua já diversificada vocação agropecuária: tornou-se a maior produtora de mel de Mato Grosso do Sul, superando Brasilândia, que até então ocupava a liderança. Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada pelo IBGE na última quinta-feira (18).
Enquanto o Estado registrou queda de 4,6% na produção, a “Capital da Celulose” nadou contra a corrente e cresceu impressionantes 57,2%, alcançando 133,6 mil quilos de mel.
Com isso, deixou Brasilândia em segundo lugar, com 101,1 mil quilos, e abriu caminho para consolidar o protagonismo no setor. Jardim, Selvíria e Chapadão do Sul completam a lista dos cinco maiores produtores de MS.

Eucalipto, eficiência e sustentabilidade
O presidente do Sindicato Rural de Três Lagoas, Bruno Ribeiro, explica que o salto tem origem direta na transformação da paisagem agrícola do município.
“O que estimulou o crescimento é o aumento das florestas de eucalipto, que trouxe mais colmeias. Consequentemente, o mel aumentou. A eficiência dos produtores contribuiu para isso”, afirma.
Para Bruno, mais do que quantidade, o resultado reflete cuidado e compromisso com a apicultura.
“A importância é muito grande, pois para ter produção nesta quantidade é preciso ter sustentabilidade e cuidado com as abelhas. Isso mostra a eficiência do trabalho realizado por nossos produtores.”

Diversificação que fortalece a economia regional
Em 2024, Mato Grosso do Sul produziu ao todo 766,8 mil quilos de mel. Apesar da queda no volume, o setor movimentou R$ 14,5 milhões, alta de 6,2% em relação ao ano anterior. Ou seja: menos mel, mas com maior valor agregado.
Três Lagoas, agora à frente do ranking, reforça o potencial da diversificação agrícola da região.
“Essa diversificação agropecuária é fundamental! Desde 2018 nós sentimos isso, num ciclo que passou da pecuária, para a floresta e agora com a citricultura que está chegando, além da cultura do mel. Não ficamos dependentes de apenas uma atividade, o que representa boas perspectivas para os nossos produtores rurais e para a economia regional como um todo”, conclui Bruno Ribeiro.
Mel que gera renda e protagonismo
O avanço da apicultura local demonstra como a soma de condições climáticas, investimentos e dedicação pode transformar uma cadeia produtiva. Além de trazer renda a pequenos e médios produtores, o mel produzido em Três Lagoas ganha espaço como símbolo de eficiência e sustentabilidade.
Mais uma vez, o município mostra que seu desenvolvimento vai muito além da celulose e da indústria pesada, confirmando-se como um polo agropecuário diversificado e em crescimento.