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Vereador de Mato Grosso do Sul é preso em operação contra esquema de corrupção

Foto: reprodução
Rogério Potinatti
4/4/2024
às
8:20

Na manhã desta quarta-feira (3), o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) e o Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC), iniciou a terceira fase da Operação Tromper, visando desmantelar um esquema de corrupção na administração do município de Sidrolândia (MS). Entre os indivíduos detidos, destaca-se o vereador de Campo Grande, Claudio Jordão de Almeida Serra Filho, conhecido como Claudinho Serra (PSDB).

Serra ocupou cargos de destaque na gestão pública, primeiro como diretor-presidente da Fundação Municipal de Esportes (Funesp) de Campo Grande, entre abril e dezembro de 2021, e depois assumindo a Secretaria Municipal de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia. Vale ressaltar que ele é genro da prefeita do município, Vanda Camilo (PSDB).

De acordo com as autoridades do Ministério Público, esta nova fase da Operação Tromper confirmou a existência de uma organização criminosa voltada para fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, além do pagamento de propinas a agentes públicos locais.

Ao todo, conforme o MP, foram executados 8 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão, evidenciando a magnitude da ação.

Adicionalmente, a investigação revelou uma nova faceta da organização criminosa, atuando no setor de engenharia e pavimentação asfáltica. Estima-se um desfalque de R$ 15 milhões aos cofres públicos até o momento.

A operação recebeu apoio operacional do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e da Força Tática da Polícia Militar, demonstrando a colaboração entre as diferentes forças de segurança.

Foto: Gaeco/MS

Operação Tromper

A primeira fase da Operação Tromper foi lançada em maio de 2023, visando desarticular um esquema de corrupção no município de Sidrolândia. Desde então, as investigações apontaram para a existência de práticas ilícitas, como peculato, falsidade ideológica, fraude em licitações, associação criminosa e sonegação fiscal, datando desde 2017.

A segunda fase da investigação foi realizada em julho do ano anterior, resultando em quatro prisões e cinco mandados de busca e apreensão cumpridos.

De acordo com o Ministério Público, o desdobramento da primeira fase da operação revelou um conluio entre empresas participantes de licitações e firmadoras de contratos com a prefeitura de Sidrolândia.

Além disso, a investigação apontou a existência de uma organização criminosa dedicada à fraude em licitações, desvio de verbas públicas e pagamento de propinas a agentes públicos, inclusive em troca de informações privilegiadas da administração pública.

Quanto à escolha do nome da operação, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul explicou que "Tromper" é um verbo da língua francesa que significa "enganar", refletindo a natureza das atividades ilícitas desvendadas durante a investigação.