No artigo anterior em "Antes de tirar sua ideia do papel, coloque-a lá: o boteco da BREJA" falamos sobre a importância de estruturar uma ideia para, primeiro, nos convencermos de seu valor. Afinal, a gente precisa ser o primeiro a "comprar" o que está vendendo.
Agora, o desafio é levar essa ideia para o próximo nível: transformá-la em uma necessidade e/ou desejo para o cliente.
O ditado "a primeira impressão é a que fica" é um bom ponto de partida, mas no mundo dos negócios, o que realmente importa é a capacidade de causar impacto e fazer as oportunidades voltarem. A executiva global Dafna Blaschkauer disse isso de forma brilhante: "Oportunidades não batem duas vezes. Mas um bom pitch faz elas voltarem."
Essa frase nos mostra algo fundamental: não basta apresentar uma solução. É preciso vender a ideia. E a diferença entre os dois está na abordagem. O que muda nesse contexto?
Apresentar é transferir informação. Vender é criar uma conexão, provocar atenção e guiar o cliente até a sua solução, mostrando que ela resolve a dor dele.
É aqui que a estrutura e o tom da sua conversa se tornam suas ferramentas mais poderosas. A pergunta que você deve se fazer é: "Quero vender ou apenas apresentar?" A resposta muda tudo.
O P.I.T.C.H. focado no cliente: o guia de vender ideias
Para garantir que sua mensagem seja clara e, principalmente, acionável, sua "conversa de venda" precisa de uma base sólida. A sigla P.I.T.C.H. é uma ótima bússola para isso. Vamos detalhar a anatomia dela.
P - Problema (A "dor")
Comece a conversa falando sobre o problema do cliente, não sobre sua solução. Ao mostrar que você entende profundamente a dor, a frustração ou o desafio dele, você inicia uma conexão instantânea. Fale menos sobre o que você faz e mais sobre o que ele enfrenta. Isso mostra que você está ali para ajudar, não apenas para vender.
I - Insight Único (O "diferencial")
Qual é o seu segredo? O que torna sua abordagem diferente de todas as outras? Este é o momento de revelar o seu diferencial. Seu insight único é a faísca que acende a curiosidade e demonstra que sua solução não é só mais uma opção, mas a mais inteligente, inovadora ou eficiente para o público-alvo.
T - Transformação (A "solução")
Agora, apresente sua solução de forma clara, focando na transformação que ela irá gerar. Não se trata apenas do que você vende, mas de como o cliente se sentirá ou o que ele conquistará depois de usar sua solução. Venda o resultado, não o produto.
C - Confirmação (A "prova")
Credibilidade é tudo. Use fatos, não apenas promessas. Mostre depoimentos de clientes satisfeitos, casos de sucesso ou dados concretos. Esta etapa elimina dúvidas e prova que sua solução já foi validada e está pronta para gerar resultados para pessoas como o seu cliente.
Mas e se eu não tiver essa validação para ofertar, como você faria nessa etapa?
Leia com atenção a próxima etapa. Ela pode inspirar muito!
H - Hook (O "convite")
Um pitch não pode terminar de forma passiva. O Hook é sua chamada para ação, seu convite direto para o próximo passo. Seja claro: o que você quer que o cliente faça? Agendar uma reunião? Fazer um teste? Seja direto e transforme o interesse em ação.
Desdobramentos e ações práticas
Dominar a arte do pitch é dominar a arte de criar conexões. Para ir além da teoria, considere estas ações:
- Refine sua história: revise seu pitch. Ele é emocionante? É cativante para o seu cliente? Aprimore a narrativa para que ela não apenas informe, mas inspire. Pratique e peça feedback: Treine seu pitch com colegas, mentores ou amigos. Peça um feedback honesto sobre sua linguagem corporal, tom de voz e clareza da mensagem.
- Adapte para o público: Lembre-se: um pitch para um investidor é diferente de um para um cliente. Tenha versões adaptadas para cada público, garantindo que a linguagem e o foco estejam sempre alinhados com quem está te ouvindo.
Ao seguir essa anatomia, você transforma sua ideia em uma oportunidade real e um interesse em uma parceria duradoura.
Agora, qual é o seu próximo passo para usar essa estrutura?