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Com novas fábricas em Bataguassu e Inocência, MS quer liderar também mercado de papel tissue

Foto: reprodução
Rogério Potinatti
12/5/2025
às
8:05

Com grandes players já instalados e novos projetos em construção, Mato Grosso do Sul consolida seu protagonismo na produção global de celulose. Agora, o Estado avança para uma nova etapa: transformar a matéria-prima local em produtos de maior valor agregado, como o papel tissue, utilizado na fabricação de papel higiênico, papel A4, guardanapos e outros itens do cotidiano.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) Jaime Verruck, o governo estadual já negocia com empresas nacionais e internacionais a implantação de fábricas focadas nessa etapa da cadeia produtiva.

“Estamos estruturando um plano estratégico para atrair fábricas de papel tissue. A ideia é transformar aqui mesmo a celulose produzida, reduzindo a exportação do produto in natura e ampliando a geração de valor dentro do Estado”, explicou Verruck.

Atualmente, Três Lagoas já abriga uma unidade da International Paper (Chamex) que produz papel a partir da celulose, mas o objetivo é atrair novas plantas industriais e ampliar a atuação do Estado nesse segmento.

Jaime Verruck, responsável pela Semadesc | reprodução governo de MS

Produção em alta e novos investimentos

A indústria de celulose segue em ritmo de expansão em Mato Grosso do Sul. Em 2024, dois grandes projetos foram anunciados:

  • Bracell, grupo indonésio, que construirá uma nova fábrica em Bataguassu;
  • Arauco, multinacional chilena, que lançou oficialmente sua unidade em Inocência.

Cada uma das fábricas deve gerar cerca de 6 mil empregos diretos nas etapas florestal e industrial, além de um número semelhante de postos indiretos. Durante a fase de construção, esse volume será ainda maior.

“Esses investimentos não só movimentam a economia local, como também consolidam nosso posicionamento como polo de inovação e desenvolvimento sustentável”, afirmou Verruck.

Além disso, estão em estudo novas unidades, como uma possível segunda fábrica da Bracell em Água Clara, ampliando ainda mais o alcance da chamada “Rota da Celulose”.

Floresta da Eldorado Brasil em Selvíria | reprodução

O Vale da Celulose

Hoje, o chamado Vale da Celulose já abriga três grandes fábricas em operação:

  • Suzano (desde 2009), em Três Lagoas;
  • Eldorado Brasil, do grupo J&F (desde 2012), também em Três Lagoas;
  • Suzano Ribas do Rio Pardo, inaugurada em 2024.

A força do setor foi destacada inclusive pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, durante o lançamento da unidade da Arauco. Ele afirmou que MS se tornou um dos principais hubs mundiais da celulose, com destaque para o impacto positivo nas exportações e na balança comercial brasileira.

“A exportação de celulose cresceu 24% de 2023 para 2024. Essa indústria agrega valor, gera emprego, movimenta a inovação e posiciona o Brasil como líder global. Mato Grosso do Sul é hoje referência internacional”, ressaltou Alckmin.

O plano de atrair novas indústrias transformadoras, como as de papel tissue, representa o próximo passo para verticalizar a produção e aumentar a competitividade da cadeia florestal no Estado, conectando desenvolvimento econômico com geração de renda e oportunidades regionais.