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Reduto tucano: PSDB assume o comando de 44 das 79 prefeituras de MS em 2025

Foto: reprodução/Instagram
Rogério Potinatti
9/10/2024
às
8:05

O PSDB reforçou sua hegemonia em Mato Grosso do Sul ao conquistar 44 das 79 prefeituras do estado nas eleições de 2024. Além disso, ainda pode garantir mais uma prefeitura em São Gabriel do Oeste, cuja eleição está sendo decidida na justiça.

Esse domínio tucano reflete a manutenção de uma postura conservadora moderada no estado, conforme análise do cientista político Daniel Miranda.

O panorama eleitoral de MS mostra que partidos de direita tiveram os melhores resultados.

O Progressistas (PP) obteve 15 prefeituras, seguido pelo MDB com 10, o PL com cinco, o PSB com duas e o PSD com apenas uma. O PT, que vinha representado pelo prefeito João Alfredo Danieze em Ribas do Rio Pardo, perdeu a única prefeitura que tinha no estado, já que Danieze não conseguiu se reeleger, sendo derrotado por Roberson, do PSDB.

De acordo com Miranda, o PSDB em Mato Grosso do Sul se consolidou como uma força política estável, especialmente diante da ascensão do bolsonarismo no cenário nacional. Enquanto em outros estados o radicalismo de direita ganhou espaço, MS manteve uma postura de direita mais moderada, e isso pode ser atribuído, em grande parte, à liderança de Reinaldo Azambuja, que é visto como o principal articulador desse sucesso.

A Prefeitura de Três Lagoas será comandada a partir de 2025 por Cassiano Maia e sua vice, Vera Helena, ambos filiados ao PSDB. Com uma vitória expressiva nas urnas, Cassiano assume o desafio de dar continuidade às políticas públicas da atual gestão e implementar novas iniciativas voltadas para o desenvolvimento econômico e social do município. Vera Helena, com vasta experiência na área social, complementa a chapa tucana, trazendo uma visão estratégica para setores fundamentais, como educação e inclusão social.

reprodução/TSE

O cientista político também observou que, ao contrário do declínio do PSDB em âmbito nacional, no Mato Grosso do Sul o partido continua a crescer, vencendo em importantes colégios eleitorais como Três Lagoas e Dourados, apesar da derrota em Campo Grande, onde não conseguiu chegar ao segundo turno.

A perda da capital, com a derrota de Beto Pereira, é um ponto que Miranda ainda analisa. "O partido tinha alianças fortes, tempo de TV, recursos, e Beto Pereira é um nome experiente, mas parece que o eleitor decidiu, nos últimos dias, dar mais uma chance à prefeita Adriane Lopes", comentou.

Mesmo com o revés em Campo Grande, o PSDB continua com força no estado, e Miranda sugere que o partido pode apoiar Adriane Lopes no segundo turno, o que abriria novas oportunidades políticas na capital. “Se o PSDB se alinhar com Adriane e ela vencer, o partido pode ganhar relevância em Campo Grande, mesmo sem ter o prefeito”, avaliou.

Em nível nacional, a tendência do fortalecimento de uma direita moderada se manteve.

O economista e cientista político Ricardo de João Braga, da Câmara dos Deputados, destacou que partidos alinhados à direita, mas abertos ao diálogo, tiveram o maior número de prefeitos eleitos no país, sinalizando que essa estratégia política está funcionando tanto em Mato Grosso do Sul quanto em outras regiões do País.