Imagine uma capa de jornal em 2035 noticiando que Três Lagoas passou a ser considerada a Capital Brasileira da produção de papel.
Nos últimos 25 anos, Três Lagoas, localizada no interior do Mato Grosso do Sul, se destacou como a cidade mais importante economicamente do interior do MS. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pela industrialização, com a chegada de duas das maiores indústrias de celulose do Brasil.
A Eldorado Brasil, instalada em Três Lagoas, produziu aproximadamente 16,5 milhões de toneladas de celulose, desde sua inauguração em 2012. A fábrica opera com uma capacidade de 1,8 milhão de toneladas por ano, 20% acima da capacidade nominal projetada.
A Suzano, por sua vez, também é uma grande produtora de celulose, com uma fábrica em Três Lagoas que contribui significativamente para a economia local. Desde sua inauguração em 2009, a unidade da Suzano em Três Lagoas produziu 30 milhões de toneladas de celulose até dezembro de 2023, sendo a primeira unidade do mundo a alcançar esse marco em tão pouco tempo. A fábrica tem duas linhas de produção e uma capacidade de 3,25 milhões de toneladas por ano.
Apesar dessa produção expressiva, a gestão pública não conseguiu articular um movimento de estruturação da cadeia produtiva pós-produção da celulose. A pasta é exportada para mais de 40 países, mas apenas uma planta industrial no território processa o substrato industrial.
A Sylvamo de Três Lagoas processa uma parte da produção local, consumindo anualmente cerca de 1,2 milhão de toneladas de celulose. Grande parte da celulose produzida é exportada, resultando em perdas econômicas para o município.
A incapacidade de absorver parte da produção tem prejuízos significativos para a economia local e para a geração de empregos. A falta de uma cadeia produtiva completa impede a criação de mais postos de trabalho e limita o desenvolvimento econômico da cidade.
É imperativo que o poder público tome providências para resolver essa questão.
É necessário que as nossas lideranças vendam Três Lagoas para o mundo, atraindo investimentos de empresas que possam completar a cadeia produtiva da celulose.
Este é o papel dos desenvolvimentistas, a contribuição para ajudar Três Lagoas a ser uma cidade melhor para trabalhar, empreender e oferecer qualidade de vida.
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Por Fernando Jurado
Empresário, fundador da AJETL, ex-presidente da Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas e vereador eleito na gestão 2025/2028 na Câmara Municipal de Três Lagoas
Instagram: @fernandojuradotl