Há aprendizados que só acontecem quando nos permitimos viver. Por mais que a teoria nos encante e oriente, há saberes que não se revelam nas palavras, mas na experiência. E é sobre isso que quero te convidar a refletir neste mês: sobre o valor de se lançar à vida, de sentir na pele o que nenhum livro é capaz de ensinar.
Ninguém aprende a nadar lendo! Sim, essa frase pode parecer óbvia demais, mas carrega em si verdades profundas que, muitas vezes, esquecemos no meio do caminho.
Podemos ler todos os manuais, assistir a vídeos, compreender a teoria, decorar cada movimento da braçada e da respiração, mas nada substitui o instante em que o corpo, finalmente, está dentro d’água. É ali, entre o frio da água e o calor do medo, que a teoria se dissolve em vivência. É ali que o instinto desperta, que o corpo encontra o ritmo do fluxo, que o sentir ganha forma e o aprendizado se faz real.
Aprender a nadar é, antes de tudo, se permitir estar presente, escutar o próprio corpo, acolher o desconforto inicial e descobrir, aos poucos, que é possível confiar nas próprias forças.
O mesmo acontece com o autoconhecimento. Não se aprende a sentir lendo sobre sentimentos. Não se aprende a silenciar estudando o silêncio. Não há livro que ensine a sentir o que precisa ser sentido, nem palavras que expliquem a profundidade do silêncio. É na prática, no contato com as próprias águas, que o mergulho acontece. É preciso viver o mergulho, tocar as próprias águas internas, observar o que nelas habita. Às vezes são correntes suaves, outras, tempestades antigas. Mas é sempre no contato direto, na entrega à experiência, que o aprendizado real acontece.
O processo terapêutico é um convite a sair da borda e entrar no lago de si, onde cada encontro é um mergulho guiado, uma oportunidade de perceber as correntes internas, as resistências, o movimento natural das emoções que vêm e vão. É um espaço seguro para acessar as camadas mais sutis da própria existência, onde o sentir encontra linguagem e o silêncio também fala.
É o momento de escutar o corpo que se expressa através das sensações, de acolher as emoções que emergem e de compreender o que antes parecia indecifrável. E, pouco a pouco, descobrir que não é sobre dominar o mar, mas sobre aprender a flutuar com ele, confiando no movimento natural das marés internas.
Há dias em que as águas se revoltam e tudo parece pesado demais. Em outros, elas se acalmam e a leveza nos atravessa com doçura. E é nessa alternância, nesse ir e vir constante, que a gente aprende sobre entrega, sobre confiança e sobre presença.
Na escuta, aprendemos a reconhecer as ondas que chegam. No sentir, percebemos que as marés mudam, mas nós permanecemos. E assim, com presença e coragem, transformamos o medo do mergulho em confiança no próprio movimento. Porque ninguém aprende a nadar lendo. Aprende-se vivendo, sentindo, tentando e permitindo-se ser parte das águas que também somos.
Se sentir o chamado para mergulhar em si, em um processo de autodescoberta e escuta profunda, estarei ao seu lado nessa travessia. Com presença, sensibilidade e respeito ao seu tempo, em um processo terapêutico que acolhe suas águas — sejam estas calmas ou turbulentas —, para que você possa aprender, com gentileza, acolhimento e verdade, a nadar dentro de si.
Sua jornada não precisa ser solitária! O meu coração saúda o seu coração. Vamos juntos?



