Entre o medo e a coragem existe um espaço: o seu tempo

Nem sempre o medo é o fim da linha, tampouco a coragem é oponto de partida. Entre um e outro, existe algo mais sutil, mais íntimo e muitas vezes negligenciado: o tempo. O seu tempo.

É nesse entrelugar que muita coisa acontece. É onde a respiração se alonga, o corpo fala, e os silêncios ganham voz. Onde não há respostas prontas, mas existe escuta.

Onde não se exige pressa, mas se convida à presença.

A vida é mestra em nos conduzir por caminhos que nos provocam. Às vezes, tudo o que sentimos é o receio de dar um passo. Outras vezes, uma vontade pulsante de ir, mesmo sem saber para onde.

Nesse trânsito entre medo e coragem, há um campo fértil de descobertas, e é nele que o processo terapêutico se move, como quem respeita o ritmo de um broto rompendo a terra, ou de um corpo que reaprende a confiar no próprio sentir.

Não se trata de anular o medo, nem de performar uma coragem que não é sua. É sobre reconhecer o momento que se está. Olhar com gentileza para os próprios limites, entender os porquês, e só então, se for o momento, atravessar. A travessia não precisa ser brusca. Pode ser fluida. Pode ser aos poucos.

Entre o medo e a coragem existe um espaço onde a alma se refaz. Onde não há certo ou errado, mas apenas um caminho possível, o seu. Esse espaço é o tempo da sua verdade. E o processo de cuidar de si começa exatamente aí.

É nessa travessia que o processo terapêutico pode ser farol, não para apontar respostas prontas, mas para iluminar os contornos da sua própria escuta. Se esse caminho ressoar em você, meus braços estão abertos, receptivos, prontos para acolher e acompanhar sua jornada.

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