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Novo trâmite prioritário do INPI: conflitos judiciais de marcas e patentes

Foto:
Alonso Negrão Moreira
9/9/2025
às
22:00

No mundo dos negócios, onde a inovação é o motor do crescimento, a concorrência é acirrada. No entanto, essa disputa pode, em alguns casos, ultrapassar a linha da ética e da legalidade, resultando em conflitos de propriedade intelectual.

Quando uma empresa se apropria indevidamente da marca ou da patente de outra, entramos no campo da concorrência desleal.

Esses conflitos, que envolvem a violação de direitos sobre marcas e patentes, não são apenas um problema jurídico. Eles afetam diretamente o mercado, prejudicam o consumidor e, principalmente, colocam em risco o investimento em inovação.

Empresas que dedicam tempo e recursos para desenvolver algo único podem ter seus esforços e lucros comprometidos por terceiros que se beneficiam ilegalmente de sua criação.

O impacto da demora nos processos administrativos

Muitos desses litígios acabam em ações judiciais. No entanto, a resolução completa desses casos depende, em grande parte, de uma decisão prévia no âmbito administrativo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Isso porque o INPI é o único órgão responsável por conceder e, se necessário, anular o registro de marcas e patentes.

Apesar da atuação crucial do INPI, é importante ressaltar que o Judiciário tem um papel fundamental e insubstituível nesses conflitos. A competência para julgar as ações que envolvem a violação de marcas e patentes e para conceder as indenizações por danos materiais e morais decorrentes dessa prática é da Justiça. Além disso, as decisões do INPI podem ser questionadas judicialmente, o que reforça a importância de um sistema jurídico para garantir a segurança dos direitos de propriedade industrial no mercado.

Neste aspecto, a demora na análise desses processos no INPI se torna um obstáculo significativo para resolução de conflitos de propriedade intelectual. Sem uma decisão definitiva do Instituto, muitas ações judiciais ficavam paralisadas, aguardando o parecer do órgão. Essa lentidão cria um cenário de incerteza e insegurança jurídica, permitindo que a prática de concorrência desleal perdure e leve a prejuízos inestimáveis ao titular do direito.

Projeto piloto: trâmite prioritário

O trâmite prioritário já vinha sendo utilizado na divisão de marcas e agora o INPI também implementou o projeto piloto para dar mais agilidade aos processos de marcas que estão sob disputa judicial.

Essa iniciativa permite que as partes envolvidas em uma ação judicial solicitem ao INPI que o processo de pedido de registro ou anulação de uma marca ou patente seja analisado de forma acelerada.

Com isso, o INPI emite uma decisão em um prazo muito mais curto, fornecendo o subsídio necessário para que o juiz possa julgar a ação judicial.

Essa mudança é um passo importante para a proteção da inovação e para a promoção de um ambiente de negócios mais justo e seguro.

Ao acelerar a análise dos processos, o INPI contribui para que os conflitos judiciais envolvendo marcas e patentes sejam julgados de forma mais rápida, protegendo os direitos intelectuais de quem investe no mercado Brasileiro.

Por:

Alonso Negrão Moreira

Advogado do escritório Negrão e Coletti Advocacia.